sexta-feira, 24 de maio de 2013

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Nicholas Sparks

Quem sabe dê certo, quem sabe não...


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Guarda as declarações decoradas para as menininhas que ainda acreditam em contos de fadas. Comigo, pode vir tranquilo, desarmado, sem os textos decorados desse papel que te entregaram de príncipe encantado. Eu também já me despi de todos os sonhos de relacionamentos perfeitos que a vida me trouxe pelo caminho. Aprendi, na marra, nas caras e nos corações quebrados, que vocês nunca vão funcionar como os príncipes que acordam as belas adormecidas. Depois disso, sempre me mantive bem acordada.
Eu sei seus defeitos. Sei cada um deles. Mania que tenho de observar cada mísera ação das pessoas antes até do primeiro oi. Te analisei enquanto você sorria despreocupado e deixava o sol iluminar seu cabelo castanho. Vi como os traços do seu rosto se suavizam quando sua mãe chegava por perto e descobri no brilho dos seus olhos o que é o amor incondicional. Observei a maneira como você pisca o olho incessantes vezes quando está muito nervoso. E como coça o queixo sem parar quando não sabe o que responder.
Não precisa mesmo saber o que responder. Não quero que responda minhas dúvidas da vida. Talvez, você se veja tentado a questionar o mundo comigo. Talvez você se assuste. Eu sou mesmo alguém cheio de falhas. Tenho buracos em cada partezinha do corpo. Principalmente, no coração. Foram as cicatrizes – no corpo e na alma – que os outros antes de você deixaram aqui. Mas, fica tranquilo, não te quero perfeito. Pode vir cheio de erros.
Vamos nos despir dessa obrigação de fazer o outro feliz. Deixa ali no canto do quarto essa necessidade louca de fazer tudo certo. Eu aceito errar junto. Eu aceito gritos, pratos quebrados, brigas de tirar o fôlego. Basta que você diga que está disposto a errar comigo. E, quem sabe, entre nossos erros, a gente não consiga um ou outro acerto. Mas não te cobro nada não. Meu “felizes para sempre” sou eu que construo. Tô te chamando pra minha vida não pra preencher meus buracos, mas para me dar a mão e me ajudar a tampar minhas feridas. Te ajudo a cicatrizar as suas também, se quiser. E, juntos, rimos disso tudo.
Mas não te cobro nada. Talvez, a gente consiga dar certo. Talvez, a gente acabe, mesmo com uma história bonita. Talvez, você vá embora, talvez eu não queira mais ficar. Mas eu tô aqui, agora: vida e portas abertas pra se você quiser entrar. Porque, sem te cobrar felicidade, sem te cobrar uma história bonita e sem te cobrar amor, talvez, quem sabe, a gente dê sorte e consiga se amar, ser feliz, ter uma história bonita junto. Vai que a vida, o destino, ou sei lá, resolvem dar um empurrãozinho. Quem sabe, até, a gente não se ame até o final dos dias. Até o fim.

Amor platônico?


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Responda rápido: Já se sentiu atraída pelo professor, por um garoto mais velho ou até mesmo pelo ídolo? Aquela atração que te fazia querer estar sempre por perto, chamar a atenção sempre que podia ou no caso do ídolo, se enfurecer porque este está com outra mulher? Aposto que pelo menos a maioria de vocês respondeu sim para essas perguntas.
Esse sentimento, mesmo que às vezes nos confunda, é extremamente normal de acontecer em adolescentes, exatamente porque estamos passando por uma fase onde nossas relações de afeto e amor ficam mais explícitas. Essa pequena confusão que se passa na sua cabeça em relação a isso é chamada de amor platônico e na maioria dos casos tem mais haver com admiração ou idolatria do que com o amor, propriamente dito.
É como quando nos apaixonamos pelo nosso professor: aquele moço bonito, inteligente, que está sempre a nossa disposição e assim, por sua vez, vem te conquistando cada vez mais. Na verdade, isso tudo que você sente aí é uma admiração enorme por ele até porque ele pode ter uma namorada e ser muito mais velho, o que o faz ter gostos completamente diferentes dos seus.
Ou é como quando derramamos lágrimas e afirmamos com todas as letras que amamos o nosso ídolo: aquele ator/cantor/famoso que está sempre ali diante da mídia, que aparenta ter uma vida perfeita e que te desperta um sentimento de “falsa paixão”.
Alguém que sofre desse tipo de amor pensa na pessoa na grande parte do tempo e apesar de saber que isso não pode se tornar algo concreto, ela idealiza modos viáveis ou até mesmo irreais para tal realização. Pode não ser impossível e existem diversos casos que nos provam o contrário, mas estes como são extremamente raros nos faz crer que amores platônicos vão e vêm com o tempo, exatamente porque você não sente o lado real da situação. Você sente o lado imaginário. E essa sensação nos ajuda cada vez mais no nosso próprio crescimento e daqui a uns anos você poderá lembrar-se disso como parte de uma lembrança gostosa da sua adolescência.
Amores platônicos, assim como os diversos outros amores que existem, fazem parte de toda a vida e representam uma parcela muito importante na nossa adolescência. Se acha que está te prejudicando, procure ao máximo evitar tais pensamentos e peça ajuda a alguma amiga. Quem sabe ela não te apresenta um garoto bem próximo de você que te faça perceber que não vale à pena lutar por algo tão irreal? Aposto que existem milhares de garotos só esperando uma oportunidade sua.
É como eu disse: Amores platônicos vêm e vão aos montes em toda sua vida, por isso não se preocupe: Ele passa mais devagar ou mais rápido, mas passa. Entendeu?

"Não acrescente dias a sua vida, mas vida aos seus dias"
Harry Benjamin

Amizade



Pode ser que um dia deixemos de nos falar... 
Mas, enquanto houver amizade, 
Faremos as pazes de novo. 

Pode ser que um dia o tempo passe... 
Mas, se a amizade permanecer, 
Um de outro se há-de lembrar. 

Pode ser que um dia nos afastemos... 
Mas, se formos amigos de verdade, 
A amizade nos reaproximará. 

Pode ser que um dia não mais existamos... 
Mas, se ainda sobrar amizade, 
Nasceremos de novo, um para o outro. 

Pode ser que um dia tudo acabe... 
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, 
Cada vez de forma diferente. 
Sendo único e inesquecível cada momento 
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre. 

Há duas formas para viver a sua vida: 
Uma é acreditar que não existe milagre. 
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Overdose


Já faz tempo
Que embarquei nesta viagem
Dopado neste pensamento
Ainda sinto vontade de voltar
Ao ponto de partida.
Mas a bagagem
Que me vicia
Escraviza minha vontade
Tirando vantagem do meu ser.

Esta dependência química
Que me alucina
Leva-me cada vez mais
A uma viagem sem rumo
Sumo dentro deste consumo abusivo
Destruindo minha alma
E um pouco da razão
Que me resta.

Às vezes tenho vergonha
De ser quem sou
Um drogado e delinqüente
Viciado e dependente
Mas me esquivo da mão
Estendida para me ajudar
Porque a loucura da brisa errada
É mais forte que a própria razão
E a overdose
Que procuro
Talvez seja o ponto final
Pra toda esta situação.

de Cesar Moura

Verbo Ser


Que vai ser quando crescer? 
Vivem perguntando em redor. Que é ser? 
É ter um corpo, um jeito, um nome? 
Tenho os três. E sou? 
Tenho de mudar quando crescer? 
Usar outro nome, corpo e jeito? 
Ou a gente só principia a ser quando cresce? 
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? 
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? 
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? 
Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. 
Não vou ser. 
Vou crescer assim mesmo. 
Sem ser Esquecer.

(Autor: Carlos Drummond de Andrade)